quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

[One-shot] The End of Silence

Aquela noite não poderia ser mais fria, mesmo que o inverno já tivesse cedido, recentemente, lugar à primavera.
Na madrugada gélida, deserta e sombria, só meus passos eram ouvidos, e por uma única alma; a minha própria.
Carregando apenas um único pensamento”, eu caminhava, tentando inutilmente manter meu corpo em uma temperatura estável, mesmo sabendo que você não estava aqui e que não retornaria para os meus braços para me aquecer.

Meus passos cessaram, meu rosto se virou lentamente. Atônito, não conseguia desviar minha atenção daquele lugar. Senti um aperto subir em meu peito, a brisa gelada que passou em um rasante por mim fez-me arrepiar.
Aquele banco... debaixo da cerejeira... foi lá, não é? Que tudo começou? Na primavera passada...
A estação em que você sumiu está prestes a acabar.”
Andei calmamente até a cerejeira já florida, admirando-a. Assim que olhei para cima com o intuito de observar os pequenos botões de flores, a lua crescente prateada no céu chamou minha atenção por dentre os galhos. “Os sentimentos que nascem, desabrocham à nossa volta.”
Tão sensível e belo quanto ela, pensei.

Sentei no banco ainda a admirar o céu. A única parte límpida deste era na qual a lua se encontrava, pois o resto permanecia coberto por nuvens negras e espessas.
Olhei para a árvore, recordando-me de tudo, exatamente tudo pelo que havíamos passado. A amizade sincera, o amor indescritível e o sofrimento incontestável. Tudo se misturava dentro de mim neste momento.
Essa dor que esse misto de sensações causava em minha alma era algo que eu me arrependia, pois sabia que tinha causado o mesmo a você.
Não... O que eu tinha feito à você havia sido inúmeras vezes pior. “Seu rosto sorridente ficou enevoado, já não consigo vê-lo.”

O fato de eu ser cego por meu orgulho, frieza e insensibilidade nunca havia passado por minha mente até eu perceber da pior maneira.
A última imagem que tenho, e que sempre se repete em meus pensamentos, condenando-me, é você saindo pela porta de nossa casa, seu rosto angelical manchado com uma tristeza mórbida e lágrimas escorrendo de seus olhos amendoados. Olhos que costumavam sorrir para mim.
O sofrimento de presenciar aquilo fora a coisa mais angustiante que já havia sentido.
A aflição retornava, juntamente à esta imagem. “De alguma forma, as lágrimas transbordam.”

O modo de como você me olhara acusava-me. Culpava-me de ter sido insuficiente e egoísta, sendo que a única coisa pela qual você ansiava de mim, era o retorno do sentimento que demonstrou tão fervorosa e intensamente. “Poderia ter te amado tanto a ponto de roubar meu coração.

Levantei-me do banco e apoiei minhas costas no tronco ressequido da cerejeira. Olhei para cima com os olhos marejados; a nostalgia envolvia-me de uma maneira dolorosa. “Gritei de novo e de novo para o céu noturno.”
Se eu tivesse feito de uma maneira diferente, dado mais valor a você e aos seus sentimentos, nenhum de nós estaria sofrendo. Amaldiçoava-me.
Minhas costas arrastavam vagarosamente pelo tronco, e, de cabeça, baixa, as lágrimas frustradas escorriam por meu rosto.
Antes arrependimento matasse, para que eu pudesse acabar com toda essa angústia que me consome.
Sentei-me no chão, a cabeça apoiada no tronco robusto. Pétalas que se desprendiam dos galhos da cerejeira balançavam graciosamente ao meu redor graças à brisa gélida. “Dance, espalhando os sentimentos que nascem, tanto quanto eu tento esconder as feridas.”

Tudo fazia-me lembrar você. Essa noite, tão fria e calma, as flores de cerejeira prestes à desabrochar, o local em que agora eu estava sentado. Tudo.

Algo gelado tocou sutilmente minha mão, fazendo que meu olhar fosse desviado à ela. Estava levemente molhada.
Olhei para cima, mirando o céu. Junto às pétalas que soltavam-se, a neve alva caía do céu negro que era iluminado apenas pela lua que pairava sobre ele.
Até mesmo a neve recordava-me você. Meus dedos acariciando seu rosto tão branco quanto ela, tão delicado quanto as pétalas das flores de cerejeira, e tão belo quanto a lua prateada.
Tanto quanto tento te tocar, você desvanece em meu abraço 'flor de neve'.”

Você não ia voltar... Mesmo que doesse admitir isso a mim mesmo, eu era convicto. Aos seus olhos, não deveria haver motivo que o trouxesse de volta. Mas eu o queria... o queria mais que tudo.
Nunca fui capaz de lhe dizer, mas... eu também o amava, o amava incondicionalmente. “Gritei de novo e de novo para o céu noturno para lhe alcançar.

- Uruha... - “Sussurrei para você que abraçou a lua crescente”, fechando lentamente minhas pálpebras.
- Aoi... - A voz doce fora murmurada gentilmente em meu ouvido.

Você apareceu em meu sonho essa noite.”


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Espero que tenham gostado <33

2 comentários:

  1. MI-CHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAN, Kooooi *--*~
    dels, eu venci as barreiras[??] pra vim aqui ler essa fic, e cara SHOREI PAKARAI.
    O que foi isso, man?

    Nee, quando vc me falou no msn que tava pensando em fazer uma fic com uma msk do Gackt, eu fiquei tipo "O Gackt tem alguma música que presta? G_G'" Mas depois que eu li aquela tradução, man, apaishonay [/Não pelo gackt, claro -q, mas pela música.]
    E man, que coisa mais linda foi essa? *O*~
    Sério, vc se supera a cada fic, koi. *__*
    Uma mais perfeita que a outra.

    Cara, essa one... omg. O vocabulário dela me matoooooooooooooooooooooooou. As descrições, os adjetivos e advérbios de modo s2~ -q
    Foi tão... tão... lindoo *---------*~
    E esse final "em aberto". Cara, é uma das coisas que eu mais amo em one shot s2 o final aberto, ou semi-aberto -q. Que dê pra vc imaginar o que quiser depois -q s2 *--*~
    Waaaa~ A falta de carinho... A dor que o aoi sentiu e a dor que ele causou no kou... ;--; s2 totally chorante *-*/
    as comparações usadas -q. Tipo, eu amei o Aoi falando do Uru, sabe? delicado como uma flor -q e esse tipo de coisa... ele falando que tudo lembrava o Kou. *-*
    POR KAMI, ISSO TUDO FOI TÃO REAL. *-*~
    Fazia eeeeras que eu não lia uma one draminha tão boa assim.

    E depois tu ainda fala que eu escrevo melhor que vc, humpf. Você escreve milhõõõões de vezes melhor que eu, amore.

    CHUUU~ [/Eu peguei essa mania de "chu" com vc, koi. -q] AHAU. Foi tão perfeito *---------*~
    Esse negócio de inverno... frio, neve... cerejeira -q... deu um toque tão especial na fic s2 -q *-*
    Vou repetir maaais uma vez -q PERFEITO, ok? *-*~

    Ok, desculpa se o comment não foi decente, é porque eu já não sei deixar review -q. Mas a fic foi liiiiiinda *---------*~ <3
    Amo o que você escreve, koi-uke-chibii linda <3 *-*

    Aishiteiruuu~ MINHA koi-uke mais fofa <3 *-*~

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  2. Owwwwwwwn, Sayu-chaaaan <33 ~
    eu que morri agora com seu review ;;' HOISAHPAHOISEHOAIS~ Own, koi, foi tão enorme e lindinho, muito obrigada!
    NEEEEM VEM QUE NÃO TEM, OK, VC ESCREVE MELHOR SIM E_E~
    HASPOISEAHAS, essa música do Gackt é a música *-*'
    Sério que você chorou? Omg D:
    Seu comentário foi mais que decente, sai saltitando pela casa u_u - é sério q
    Nyuu, pegou minha mania do "chuu" HPOIASHEOPSAH *o*'
    Aishiteruumo, koi, obrigada pelo review <33 ;;'

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