4° Capítulo – Yamada Sayumi
Eles ficaram se fitando durante um tempo, ela o puxou para perto de si mesma envolvendo-o num abraço, meu sangue começou ferver. Mas eu mal sabia que isso seria apenas o começou do inferno que estaria por vir na viagem. Já estávamos no hotel fazia um tempo, faltavam apenas uns três dias de hospedagem, esses seriam os mais longos três dias de minha vida.
Depois do abraço, entramos no hotel e ficamos na área de visitas, lá havia alguns sofás e poltronas. Sentamos e começamos a conversar.
- AAH, desculpa não te apresentei o Kouyou! Esse é o Takashima Kouyou ele é meu... – Ele começou a gaguejar enquanto tentava dizer o que eu realmente era dele.
- Sou um amigo dele. – Fiz questão de dar ênfase ao ‘’amigo’’.
- Ah, prazer Sou Yamada Sayumi, digamos que sou uma ex-namorada do Yuu. - Dizia sorrindo enquanto entrelaçava um dos braços junto com o braço do Yuu.
Juro que se não fosse uma mulher, eu iria socá-la ali mesmo, ah enquanto ela se derretia toda pelo Yuu ele não fazia nada. Nada a não ser esquecer-se da minha presença enquanto ria e brincava com aquela... Aquela mulher. Decidi deixar os dois pombinhos a sós me despedi deles e subi para os corredores para pegar o elevador, depois de chegar ao meu andar, chutei a porta literalmente.
Drogaaaaaaaaaaaaaaa! O que ela tinha que vir fazer aqui? A viagem estava tão... Perfeita!
Soquei o travesseiro depois me deitei sobre ele
Estava tão bravo com ELA e com ELE também porque ele não deu um fora nela ou algo do tipo? Não ele tinha que ficar abraçando ela. Hunf. que raiva, droga. Será que se eu for embora eles vão notar? Acho que não.
Depois de muito tempo socando o travesseiro e o colchão inúmeras vezes, resolvi beber um pouco para ver se eu apagava de vez. Levantei-me e fui até o barzinho do quarto, peguei qualquer coisa e coloquei no copo, vire-o de uma vez só senti aquele liquido rasgar minha garganta, depois do quarto copo não sentia mais nada. Toda vez que bebo acabou ficando agressivo demais, se o Yuu entrasse agora pela porta, acho que eu seria capaz de socá-lo. Mas isso só iria piorar as coisas, achei melhor ir dormir de uma vez, me deitei no sofá fitando o teto fechei os olhos e nada, não conseguia pegar no sono me virei de um lado e para o outro, nada ainda. Levantei fui até o banheiro, lavei o rosto. Droga eu estava chorando...?
Não impossível, deve ser o álcool! Faz uns dois anos que não choro por nada. Eu não ia chorar por causa de um... De um... Ah droga o que to pensando?
E foi nesse momento que tudo ficou muito claro em minha mente.
Eu o amava isso já estava mais do que claro! Mas como só fui perceber agora? Pensei que fosse apenas uma paixonite, mas depois disso, está na cara que o Amo.
Nesse momento as lagrimas tomaram conta de minha face. Tentei me controlar, mas não conseguia, estava chorando inconsoladamente. Lavei o rosto novamente aos poucos fui me acalmando até que as lagrimas se secaram sobrando apenas um soluçar. Enxuguei o rosto, voltei ao quarto Não sei bem se isso seria sorte ou azar, mas ele ainda não havia chegado.
Dessa vez me deitei na cama, por ter chorado, logo peguei no sono. Acordei quando escutei a porta se abrir, olhei para o relógio, ele já marcava 04h30min AM. Não me fiz nenhum movimento para demonstrar que estava acordado, na verdade fingi continuar dormindo.
- Você finge muito mal Kou-chan!- Ria enquanto arrancava o edredom da cama.
Não consegui me controlar e acabei rindo junto com ele enquanto atacava um travesseiro nele, o abracei como se ele tivesse ficado muito muitos anos sem o velo. Ele não deve ter entendido muito bem o porquê do abraço, mas retribuiu-o carinhosamente. O soltei depois de um tempo, peguei o edredom do chão e me deitei na cama, ele logo se juntou a mim, o cansaço foi dominando-me e logo peguei no sono.
Acordei quando os raios de sol invadiram meus sonhos, abri os olhos lentamente apalpei a cama tentando achá-lo, sem sucesso. No meu lado estavam apenas lençóis amassados nada mais do que isso.
Levantei-me e fui procurá-lo pelo quarto, nada. Achei estranho mais não liguei, tomei um banho e desci para o café, logo quando entrei no restaurante me deparei com Yuu e Sayumi sentados na mesma mesa.
Ele nunca acorda cedo... Ele já ta tomando o café? Estranho.
Sentei-me junto deles, bom se ontem meu sangue já havia fervido só por ela estar abraçado com ele. Hoje meu sangue iria evaporar então, o por quê ? Simples, ela estava dando as frutas na boca dele.
Não sabia se queria correr dali ou apenas vomitar, engoli a ânsia, me levantei e peguei qualquer coisa para comer. E assim os dias foram se passando, ela conosco em todas as refeições, resumindo em tudo quanto era lugar.
Ver os dois juntos, era uma tortura sem fim, pensei em falar com o Yuu sobre isso. Quando fui falar com ele sobre ela... Ele apenas me disse:
- Cara ela não mudou nada! Ta igualzinha a antes. Sabe por que nos separamos? Porque o pai dela teve que se mudar!
Um arrepio percorreu toda minha espinha quando ele falou isso.
Então eles não terminaram porque quiseram Foi por causa da mudança, ou seja, eles não terminaram. Algo que não acabou.
Senti um aperto no coração, será que ele poderia fazer o favor de ma matar agora? Seria ótimo isso. Decidi ficar quieto, para minha sorte só faltava mais um dia para que se acabassem as diárias do hotel, nesse ultimo dia tinha planejado confessar meus sentimentos por ele, mas depois do que ele me disse, achei melhor não fazê-lo. Apenas queria que ele fosse feliz, mesmo eu não seja comigo.
Não falar com ele sobre meus sentimentos era um sofrimento sem tamanho, vê-lo com ela também. Mas se ele estava feliz, eu também estava.
Bom pela primeira vez iria apenas fazê-lo feliz mesmo que isso não fosse retribuído.
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